quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Projetos


O Grupo de Idosos


Composto por quinze pessoas, a maioria mulheres, a idade dos participantes varia entre 65 a 88 anos. Representantes de famílias numerosas com muitas crianças de todas as idades, esses avôs e avós, são em muitos casos, o único elemento que recebe algum rendimento fixo (o auxílio idoso do INSS) e em várias famílias, torna-se a única forma de garantir o sustento dos filhos (desempregados), genros, noras, netos.

A pobreza é, portanto, lugar comum, e esses velhinhos já se acostumaram a fazer uma pequena viagem a cada mês, para buscar uma “cesta básica” que garantirá a complementação do alimento da família.

Nos primeiros anos do Programa, estas pessoas se juntavam aos outros participantes em um único grupo. Aos poucos nossa oferta foi evoluindo no sentido de ajudar também em outros aspectos da grande necessidade dessas pessoas. Oficinas de vários tipos foram realizadas, palestras proferidas por profissionais de várias áreas, sempre procurando informar para favorecer melhores condições de enfrentamento das dificuldades do cotidiano.

Nesse processo de aperfeiçoamento da oferta formou-se então o grupo de idosos, visando maior conforto e um trabalho dirigido especificamente para essa faixa etária.

Atualmente, os encontros com esse grupo são realizados em dia e horário diferentes dos outros participantes e com eles desenvolvem-se atividades condizentes com as características do momento de vida em que se encontram.

Basicamente o objetivo é desenvolver um espaço de confiança, parceria e cumplicidade para que possam expressar-se livremente, tanto em suas tristezas, quanto em suas alegrias. Favorecer um momento descontraído no qual possam de alguma forma resgatar valores pessoais e grupais, perdidos ou esquecidos pelas agruras de suas longas e guerreiras existências.

Em cada encontro uma atividade diferente é proposta. Conversa-se sobre assuntos variados, sempre de acordo com o interesse comum. Profissionais das áreas de interesse são convidados para trazer informações sobre questões de saúde, alimentação, cuidados pessoais, etc. São propostos jogos e brincadeiras de vários tipos, sempre com o objetivo de favorecer o crescimento dos vínculos que vão se estabelecendo em um clima de espontaneidade e de reforço dos aspectos de positivização da vida.

No final de cada encontro realiza-se uma breve avaliação e em geral as declarações são da importância que o trabalho vai tendo para cada um, independente, em muitos casos, do próprio recebimento das cestas. Na verdade, alguns participantes deste grupo, já abriram mão do recebimento da cesta, por se encontrarem em situação um pouco melhor, mas não deixaram de comparecer, por considerarem o encontro de grande valor neste momento de suas vidas.

Terapias


Sendo muitos de nós terapeutas , e começamos por essa via, nos vimos, na medida em que nosso trabalho prosseguia, obrigados a repensar toda nossa conceituação , uma vez que, em se considerando a natureza essencial do homem como sendo Divina, nosso aporte do sofrimento humano mudou.

Curiosamente, fomos percebendo que o modo como cada um interpreta o seu sofrer, o modo como esse sofrimento se liga a orientação geral da vida, ou seja, o como cada um vincula sua dor com a sua existência , o modo como a questão do Sentido se faz presente, ou é ignorado, parece fazer uma diferença nessa relação do sofrimento com o sofredor.

Se para alguns a vida parece infame em seus absurdos, e apresentam muitos argumentos para apontá-lo, para outros a vida se assemelha a uma viagem de muitos percalços , incluindo aí o sofrimento, que nesse caso é visto, como o modo pela qual o espírito se apura em sua beatitude redentora.

Essa diferença têm sido apontada, por muitos estudiosos que enfatizaram, que o sofrimento humano é também um modo de decisão do sofredor.

De qualquer forma, há aí de fato, uma grande diferença, pois se para uns a vida é fruto do acaso, e o sofrimento é um dos modos como esse Acaso se produz, para outros o sofrimento é uma estrutura complexa de significações, inclusive transcendentais.

O que observamos, é que a diferença, não está no real do sofrimento, pois se sofre de um jeito ou de outro, mas em como cada sofredor acolhe o seu sofrer, no âmbito geral dos seus valores.

Se por um lado, a imanência torna o destino irrecusável, sem propor-lhe nenhum a mais, por outro, esse mesmo sofrimento parece fazer parte de um destino mais amplo, que insere inclusive as destinações sobre o morrer.

Afinal o destino é a morte ? ou a morte é apenas um destino, talvez não tão funesto, para um Além que espera ser reconhecido conceitualmente?

No que diz respeito então a neurose, fomos vendo que a neurose é um sofrimento do Apego, principalmente, naquilo que sabe impossível de manter.

Parece ser o sofrimento concreto, onde a matéria parece recusar o espírito com sua natureza abstrata demais, para uma mente que sofre a ameaça de morte, onde esse abstrato parece o fim.

Esse fim, é para muito de nós o pavor, a ameaça de um destino fatal e ladrão de tudo, contra a qual só nos resta nos defender sempre, criando muralhas de proteção, por dentro e por fora, para não sermos alcançado logo. É a estranha fantasia, que se escondermos o endereço estaremos mais a salvo, ou seremos deixados para depois.

O tempo é o mensageiro da morte e por isso o negamos e fugimos para onde coletivamente temos muralhas em comum, ou seja, para superfície.

A superfície nos tira das grandes questões e nos remete ao que supostamente se resolve mais rápido, embora, as brechas que nos indica a precariedade desse arranjo, ignoramos ou adiamos, para um depois indefinido.

É assim então, que vemos o sofrimento surpreendendo a todos que optaram pela recusa dos avisos a cada adiamento, são pegos pelo pavor da surpresa, que retira qualquer imunidade de promessas, que só cada um de nós pôde legitimar em seus escaninhos particulares.

Nesse aspecto o sofrimento parece pegar a todos, pois parece que o tempo, vai chegando a cada um sem que haja cume de montanha que não se possa alcançar.

Cada um é obrigado a descobrir, levantar o véu um pouco que seja, para ter um horizonte um pouco mais pra lá, ou então, firmar o horizonte todo do lado de cá, onde a Cultura é o Mestre que ensina, onde o gozo é tão livre como fugaz.

Essa fugacidade, é a que nos obriga a busca rápida do enquanto é tempo, enquanto a morte não vem, que nos atordoa sempre.
Saber a vida presa nessa forma do tempo que passa logo, nos obriga a ser rápido e ao mesmo tempo a sofrer de dúvidas sobre nossa capacidade de ser tão ágil, já que as condições sociais parecem tão mais fáceis para mais do que para outros.

Gozar, nesse caso, é depender dos caminho comuns , instituídos no campo da justiça e das injustiças nossas de cada dia.

Mas se a vida ficou tão difícil para maioria, como aproveitar logo a vida antes que a morte nos mate?

Qual nosso desespero?

Agarrados a sonhos frustrados, à nostalgias do que se passou e nunca aconteceu, à melancolias do que se perdeu sem ter tido, vamos nos perguntando o que nos resta, sem saber a quem, descrentes das respostas que qualquer poder nos ofereça.

Talvez nosso pessimismo , venha da constatação de que as formas de poder estabelecida, fracassaram tão rápido, que não nos deram tempo de acordar dessa cumplicidade, que nos faz dormitar em vão, na espera de que nos digam algo que nos livre desse estranho desafio, de ter que viver, mesmo sem acreditar ou de saber pra que .

Nosso trabalho, nos levou ter que pensar nesse conjunto de questões seculares ou talvez eternas, e para isso, resolvemos recolocar o propriedade inalterável de cada um desses pontos e ver que o sofrimento mental hoje, talvez nunca tenha estado tão órfão de suas raízes mais profundas, apesar de todo arsenal científico a nossa disposição.

Somos psicoterapeutas e fisioterapeutas , que nos juntamos para que nosso corpo não fique tão longe de nossa mente e vice –versa , venha nos conhecer.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Quem somos nós?



Somos
um grupo estudioso do mistério da vida em suas diferentes manifestações. Para nós há sempre um encanto na forma como tudo acontece, pois por mais que soframos, somos aos poucos obrigados a nos render as evidências do Poder Criador.

O Sol, a Lua, as Estrelas, todo Firmamento nos convidam a cada dia a render essa profunda homenagem a esse Poder.

Começamos por pesquisar o fenômeno sensitivo nos perguntando como era possível, ou se era possível, entrarmos em contato com o sofrimento em algum tipo de registro onde pudéssemos chegar nas chamadas causas ocultas. Causas, que sem desmerecerem as explicações objetivas, pudessem nos abrir outro panorama para nossa compreensão, à luz dos conhecimentos chamados espirituais.

Reunimos um grupo interessado, estudamos bem, o fenômeno mediúnico, tal como concebido pela doutrina espírita, e começamos a pesquisar a nível energético, a possibilidade de trazer as vivências dolorosas, com suas dores e conflitos no próprio campo de energia dos sensitivos.

Sem que estivéssemos buscando nenhuma originalidade, acabamos sendo surpreendidos, pelas possibilidades que foram se abrindo, nos mostrando o quanto às leis do espírito subjacem a matéria, de tal forma que, o horizonte de estudo foi se ampliando muito.

Sendo um grupo com vocação clínica, passamos a cogitar o aprendizado, com o que havíamos então aprendido, dentro dos estudos das leis psicológicas , e esse passou a ser nosso campo de amor e trabalho.

Aos poucos fomos percebendo, que o caminho que ia se abrindo, além de se mostrar promissor quanto às possibilidades estudiosas, era também um caminho de trabalho espiritual, o que nos conduziu por uma linha de atendimento ao público.

Daí fomos sentindo a necessidade de apurarmos melhor os fundamentos de tal proposta, e buscamos então, tal como nossa vocação nos indicava, a leitura gnóstica dos ensinos do nosso divino Mestre Jesus.

Buscando uma inserção que nos tirasse do lugar comum, onde esses ensinamentos foram colocados, procuramos a vivacidade, o amor verdadeiro, o acordar do nosso espírito, como nos ensina a entidade que nos acompanha, chamada Padrinho Sebastião.

A chama viva que antes buscávamos para o trabalho, passou a ser então a chama viva a ser despertada primeiro em cada um de nós.

Aos pés do Mestre, buscamos aprender a leis do Espírito, enquanto o centro da Criação, a busca soberana da essência que contida na centelha, como nos ensina outra entidade, Ramatís, vai sendo impelida a realização do roteiro divino, a qual é portadora.

Firmados hoje num referendo astral , que nos dá a conjunção dos ensinos que nos levam para o Reino Celestial, invocamos também a força divinal da nossa Mãe Celestial, que nos dá o conforto, que nos anima a prosseguir, refazendo nossos desânimos e pessimismos, a nossa Virgem da Conceição, pois todos somos filhos, segundo nos ensina nosso Mestre Irineu, outro irmão venerando, que nos ajuda no trabalho.